“A construção de uma imagem presidencial não era novidade”. João
Figueiredo pousava para as câmeras andando a cavalo, José Sarney se apresentava
como literato, Collor como o atleta sendo fotografado correndo, andando de moto,
no meio da mata junto a soldados do exército. Mas nem sempre a produção saía como
a encomenda. “A motocicleta que ele pilotou em Brasília, uma possante Ninja –
descobriu-se em seguida – fora contrabandeada. Na Suécia Collor dirigiu um
caminhão que derrapou e saiu da pista. Vestindo colete da Polícia Federal,
ateou fogo numa montanha de maconha, mas o excesso de gasolina provocou uma
explosão que chamuscou sua comitiva” . Estes e outros detalhes pouco conhecidos
sobre Fernando Collor, a construção de sua imagem antes, durante e depois de
ser eleito presidente estão contidas nas quase 700 páginas de Notícias do
Planalto.
São centenas de anedotas, que Mario Sergio Conti revela no
livro que pretende mostrar a relação de Collor com a imprensa. O autor nos apresenta inúmeros jornalistas dos principais jornais, revistas e emissoras de
TV. Como a imprensa apoiou Collor como uma novidade e depois escancarou a
corrupção que era exercida em seu governo por seu “testa de ferro” PC Farias.
Não dá pra largar o livro, somos apresentados a detalhes da personalidade dos
jornalistas e da própria família Collor desde o pai do “caçador de marajás”, sua
carreira política e a relação pessoal com os filhos! Acompanhamos Collor em sua
campanha e seus pontos cruciais como o já famoso episódio da edição do debate
entre ele e Lula, fator importante para a derrota do candidato
adversário: simplesmente antológico!
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