Marjane Satrapi está de volta. Uma história curta, porém simpática e deliciosa como Persepolis, livro anterior de Satrapi lançado no Brasil, já comentado aqui no blog. Nasser Ali é um músico reconhecido, tocador do Tar, instrumento típico da cultura persa. Certo dia, em uma discussão, sua esposa- com a qual havia se casado sem verdadeiro interesse - quebra o valioso instrumento, o que leva Ali a um suicídio premeditado e não muito convencional. O tar, ganhado do seu mestre, era a vida de Ali, por causa da música em si, mas também das lemvranças e do símbolo que ele representa de um acontecimento do passado: sua paixão nunca superada por uma outra mulher.
Marjane narra a decadência emocional, a reação dos filhos - um deles, um pirralho insuportável - e os oito dias que trancorrem desde que Ali decide morrer até o momento em que Azrael, o Deus da morte na mitologia persa, vem ao seu encontro. Mas não não pense que se trata de um dramalhão. Satrapi continua com o humor afiado e com a narrativa da comédia familiar que a consagrou em Persépolis. É a combinação perfeita que faz da autora um sucesso mundial: uma história tocante, muitas vezes fatídica, mas contada de um perspectiva pessoal, empática, sem soar pretencioso. Vale lembrar também que trata-se de uma história auto-biográfica. Nasser Ali era tio-avô de Satrapi, e a história se passa antes mesmo do nascimento da autora.
Antológico!!
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