Deve-se desconfiar de best-sellers. Quem leva literatura minimamente a sério também desconfia. Por alguma razão o livro que vende milhões tem que ter suas concessões, tem que ser "fácil". Quando a trilogia Millenium começou a ficar conhecida no Brasil, chamar a atenção de leitores e começou a vender, minha desconfiança teria sido a mesma não fosse o fato de o livro ter sido lançado por uma editora que, aparentemente, não faz concessões. Acabei por adquirir o livro junto com uma outra compra na internet e o coloquei na cesta para não pagar o frete - uma humilhação para um livro.
Depois de mais de um ano na minha estante, resolvi finalmente ler o primeiro volume da série (que é composta por 3 livros). E eis que este livro, que não é lá assim tão best-seller, ensinou uma lição da qual eu havia me esquecido há tempos: como é fantástico o fascínio da leitura. Quero dizer da leitura sem compromissos, sem a necessidade de anotar nada, de simplesmente sentar na poltrona e ser levado pela história. É o que acontece com "Os homens que não Amavam as Mulheres".
Stieg Larsson - o autor, morreu assim que entregou os livros a editora, em um lance de pura fatalidade - nos deixou a história de Lisbeth Salander, uma hacker anoréxica com típico visual cyber-punk que ajuda o jornalista Mikael Blomkvist a desvendar o sumiço da sobrinha de um grande industrial - cujo desaparecimento misterioso ocorreu há décadas. O personagem de Lisbeth, por mais estranho que seja, é assustadoramente cativante. É seguindo as pistas desta história que o livro nos leva fácil fácil. Como escreve Contardo Caligaris na contracapa do livro: "O problema com Larsson é que, se a gente se aventura e entra na história, está perdido: não tem mais como largar o livro".
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
feltrinelli: editor, aristocrata e subversivo - editora conrad - 2006
Esta biografia de Feltrinelli, escrita pelo filho do editor, detalha toda a história de publicação do romance, ou seja, "o romance do romance" e a crônica de outras publicações como os livros do escritor americano Henry Miller. Uma história interessantíssima, mesmo que contada às vezes sem muito didatismo pelo autor, que poderia situar melhor o leitor no contexto histórico da época. É preciso portanto já ir para a leitura com certo conhecimento prévio. Mas quem conhece a figura Feltrinelli provavelmente já deve estar ciente de sua importância e não se arrependerá de conhecer os detalhes de sua fascinante história. Antológico!
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