domingo, 17 de maio de 2009

Música: Sambas antigos, verdadeira música criativa

Durante os anos de faculdade tive oportunidade de conhecer pessoas com uma preciosa cultura musical, principalmente em questões de música brasileira e erudita. Foi um destes amigos que um dia me disse em meio a risos: "tem esse compositor brasileiro que escreveu uma música assim: 'as mariposa quando chega o frio, fica dando vorta em vorta (sic) da lâmpida pra se esquentar, ela roda, roda roda depois se senta, em cima do prato da lâmpida pra descansar'". Fiquei curiosíssima, quem canta um troço engraçado desse? No outro dia ele me volta com uma coletânia: Adoniran Barbosa. Foi um choque, em meio ao um monte de bandas brasileiras de segunda linha, nunca tinha ouvido uma música tão engraçada, criativa, e que verdadeiramente expressava a cultura brasileira: a cultura da vila, dos morros, do trabalhador, da vida amorosa de esquina. Daí em diante conheci Cartola, Noel Rosa, Zé Ketti e outras preciosidades. Foi ouvindo estes sambas que eu aprendi a gostar da música brasileira e acabei chegando a conclusão de que em termos de música popular, o Brasil é imbatível. ANTOLÓGICO!!
Aqui, o grande Adoniran Barbosa e seu clássico absoluto: Trem das Onze

domingo, 19 de abril de 2009

Leituras: On The Road - Jack Kerouac - L& PM

Sempre ouvi coisas boas sobre o livro On The Road, do Jack Kerouac. Comentários sobre como o livro inspira o leitor a aventurar-se por alguma experiência diferente da vida comum, mesmo caso de Thoreau, autor/tema do último post. Recebi semana passada a edição de On The Road, comprada em um sebo, edição da Penguin, em inglês. O trecho a seguir me ganhou:

"...because the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawm or say a commomplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the centerlight pop and everybody goes "Awww"!"

sexta-feira, 10 de abril de 2009

THOREAU: UM LEITURA PERIGOSA

Se você é no fundo um idealista inveterado, que acha a sociedade uma coisa pérfida, que o ser humano se tornou "um rio poluído" (mas ainda assim confia que há um caminho para a humanidade). Se tem convicção que o Romantismo foi o único grande movimento artístico digno de nota e inveja todos aqueles que incorporaram sua ideologia (o autor supracitado). Se, de vez em quando, dá vontade de colocar uma mochila nas costas e dar uma de Christopher McCandless, então não leia os textos de Henry-David Thoreau. É um conselho, um bom conselho...Só pra comprovar:

"Nunca me senti tão lisonjeado quando no dia que alguém me pediu a minha opinião e prestou atenção no que eu disse [...]Nunca se interessam pela minha carne; preferem a minha casca"
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"Creio que nada, nem mesmo o crime, se opõe mais à poesia, filosofia e, acima de tudo, à vida, do que essa incessante movimentação dos negócios [...] prefiro aprender as lições de uma escola diferente; não importa pra mim que prazer aquela pessoa ou aqueles governos acaso consigam com seus afazeres"
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"A maioria das pessoas com quem converso, mesmo homens e mulheres inteligentes, de certa originalidade, apresenta uma visão de mundo inteiramente previsível e seca - como é árido ouvir suas explicações, tão ressecadas que podem pegar fogo."
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"Vir a este mundo apenas como um herdeiro não é nascer; é ser natimorto"

domingo, 22 de março de 2009

YALE: EDUCAÇÃO DE PRIMEIRA

logo Há tempos que a Yale University lançou uma iniciativa fantástica: disponibilizar cursos inteiros ministrados na Universidade na internet. Este tipo de coisa me emociona, porque mostra um uso útil da internet pra democratizar certas coisas disponíveis a poucos (vide post anterior). Psicologia, História, Física, e muitos outros cursos introdutórios estão lá, para deleite daqueles que não tem ou nunca terão a oportunidade de por os pés em uma faculdade de referência como esta - Yale está incluída na Ivy League, a meia dúzia de universidades de elite dos EUA. Destaque para os cursos do departamento de Inglês, que inclui um sobre o romance americano desde 1945. Todos eles tem a trasncrição das "lectures", e as opções para baixar o vídeo ou o áudio. Se querem uma dica, façam o download da versão para banda larga dos vídeos, eles vem com legendas (em inglês, claro).

Aqui está o site

ANTOLÓGICO!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A INTERNET E A DEMOCRATIZAÇÃO DA CULTURA

writersroom No post abaixo, fico sabendo que o site PDL (Projeto Democratização da Leitura) usou a pequena resenha do livro da Marjane Satrapi para "lançar" o download da obra. Bom isso acontecer porque é uma oportunidade pra falar sobre esse tópico: a democratização da cultura na internet.

Umberto Eco, há alguns anos atrás, mostrava-se admirado com facilidade de acesso a informações antes só disponíveis a poucos. Segundo o professor italiano, pesquisas que demandavam horas em bibliotecas ou muito dinheiro em livrarias, agora poderiam ser feitas por qualquer um que tenha por perto uma linha telefônica e um computador. Textos filosóficos em latim, dizia ele, podem ser encontrados com facilidade espantosa. Conscientemente ou não, Eco tocou em um assunto que talvez fosse o grande foco de todas as suas idéias expostas. Quando citou os textos em latim, intrinsecamente ele quis dizer que, conhecimentos antes inacessíveis ao cidadão médio, estão e estarão ao alcance de um click.

O movimento de distribuição e compartilhamento de conteúdo cultural de acesso limitado à maioria das pessoas por meio de blogs e páginas na web é um dos melhores aspectos sociais da Internet. Com “acesso limitado” entenda-se a indisponibilidade de bens culturais só acessíveis e consumidos por elites minoritárias, detentora de poder aquisitivo que lhe permite assistir a óperas e adquirir bons livros.

Cultura não é e nunca foi produto de consumo para todos. Entre as muitas razões para isso é o seu custo. Hoje não se compra um livro de bom conteúdo editorial e bom número de páginas por menos de R$ 40,00, um assalto! Isso implica restrições de público leitor. Por isso, sites, blogs de distribuição, mesmo na beira da ilegalidade (e na verdade o estão), que distibuem esse conteúdo fazem trabalho à la Hobin Wood, ou seja, são ambiguamente heróicos.

Chegamos a um ponto em que, qualquer um pode ter acesso a certos bens de cultura, mesmo que virtualmente, sem gastar 20% do necessário por meios normais. Em termos práticos isso significa o seguinte: o disco com a gravação da 9ª sinfonia de Beethoven regida pelo Herbert von Karajan, com custo de aproximadamente 50 ou 60 reais (na sua maioria, edições importadas), pode ser ouvida e arquivada gratuitamente através da Web ou que o último filme do David Lyinch – que só será exibido em cinemas de grandes cidades – seja assistido por alguém em um canto qualquer do país. O que é isso? Um Crime? É uma revolução.

Alguns sites "revolucionários":

http://pqpbach.opensadorselvagem.org/

http://www.jazzmanbrasil.com/

Três livros e muita história: Llosa, John Boyne e Chimamanda Adichie

Dois assuntos favoritíssimos da vida: literatura e história. O primeiro eu estudei formalmente na facul, apesar de ter lacunas muitos sér...